VALDIVIA DÁ SOBRE VIDA AO INTERNACIONAL.
Valdívia percorreu 64 metros com a bola dominada até acertar um belo chute e anotar um golaço salvador na vitória do por 1 a 0 sobre o Cruzeiro, neste domingo, no Beira-Rio, que mantém o Inter vivo na luta contra a degola, a uma rodada do fim do Brasileirão. De área a área, a arrancada do meia até soa despretensiosa, mas parecia predestinada a encerrar com bola na rede. Relembrou os melhores momentos pelo clube gaúcho.
Na entrevista coletiva após a partida, o "Pokopika" explicou com minúcia tudo o que passou por sua cabeça desde que dominou a bola, para puxar o contra-ataque. Ou melhor. Desde antes. O camisa 29 assegura que olhou para a torcida e "prometeu" o gol , ao ser chamado por Lisca para entrar em campo, no lugar de Rodrigo Dourado, aos 14 do segundo tempo.
– Quando ele (Lisca) me chamou, os torcedores começaram a gritar. Eu fiz assim (apontou com o dedo indicador) e falei que ia fazer o gol. Não sei se eles entenderam. Mas eu fiquei feliz. Eu carreguei a bola, consegui driblar o marcador. Achei melhor eu fazer o chute, porque eu estava confiante. O Ariel estava um pouco atrás, eu já tinha passado de dois. A perna estava pesada. Mas eu vi que se eu tocasse, ele não ia chutar. Eu cortei, a zaga jamais achou que eu poderia cortar. Bati e acabei fazendo o gol num momento difícil – garante Valdívia.
Mesmo que a arrancada tenha lhe rendido um golaço, o meia não deixa de lado a irreverência. De acordo com o jogador, a promessa bem que poderia ter sido mais fácil de cumprir, só com o trabalho de "empurrar" a bola para a rede. Valdívia ainda afirma que o tento serve para selar sua paz com a torcida, após as constantes cobranças de que é alvo nas redes sociais.
– Eu até tentei chorar, mas não consegui. Estava dando risada. Até para pular a cerca, eu não consegui. Poderia ser só empurrar, para marcar, mas tivemos que correr o campo todo. Os jogadores fizeram a movimentação certinha, e optei por fazer o gol. Tem que ter a cabeça no lugar. Eu sei da minha qualidade, e a torcida também. Por isso, cobra. É em jogos decisivos que você retoma a confiança para que a coisa ocorra bem. Está certo (cobrar). Eles querem resultados. Eu tenho que dar resultados. Não fiz mais do que a obrigação – afirma o garoto.
Valdívia vibra com golaço contra o Cruzeiro (Foto: Ricardo Duarte/Divulgação Inter)
O gol também é fruto do trabalho e da confiança de Lisca. O treinador ressalta que procurou trabalhar o lado psicológico do garoto ao longo da semana. E chega até a fazer uma aposta: com seu talento, Valdívia irá atuar no futebol do exterior em breve.
– Ele nunca perdeu a confiança. Tem personalidade forte. Estou trabalhando a cabeça dele na preparação. É um menino com 20 e poucos anos, com outros valores. A cabeça do jovem é pouco trabalhada. É um dos mais experientes, porque é um dos mais cobrados. Ele está sentindo muito. Tirei o peso de início dele. Você entrar no decorrer, com moral do treinador... Ele mudou muito. Conversei muito com ele. O Valdívia será um grande jogador, mas precisa se preparar. Ele sabe ouvir. Isso é o mais importante – elogia Lisca.
Pelo Inter, Valdívia chegou aos 26 gols em 122 jogos. Na atual temporada, entretanto, só conseguiu balançar as redes pela quarta vez. Mas foi justamente em um golaço, daqueles de "videogame", como conseguiu encantar a torcida no último ano.
Mesmo com o triunfo, o Inter segue em 17º lugar na tabela, com 42 pontos, o mesmo número do Vitória, mas perde no saldo de gols: menos 2 e menos 6, respectivamente. O Sport, 16º, acumula 44 na tabela. Os baianos são os únicos que ainda não atuaram na rodada. Eles entram em campo nesta segunda-feira contra o Coritiba no Couto Pereira. No domingo, às 17h, o Colorado enfrenta o Fluminense. A partida será disputada no Rio de Janeiro.
Fonte: globo.com
MARIVALDO LIMA
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